A Quinta Pata é a mão caridosa que associada ao amor, forma uma corrente solidária, constituindo-se de forma simbólica a pata de apoio, portanto, A Quinta Pata. Ela sempre existiu refletida nas preocupações da incansável Cuidadora Claudia Vicente no sentido de arrecadar o suficiente para cobrir os gastos mensais com rações, medicamentos e alguns tratamentos imprevistos com os Gatos do nosso Condomínio.
 

Ela se fortaleceu através dos contatos feito pela Neide Tavares acionando uma rede de Anjos Amigos que sempre estiveram prontos a colaborar, surpreendendo e emocionando ambas, pela rapidez aos apelos e pela tamanha demonstração de Sensibilidade, Amor e boa vontade.
 

Hoje esse mesmo movimento, realizado de forma silenciosa  e solitária pela Cláudia, apoiada por Amigos Colaboradores e a imprescindível Rede de Anjos que sempre estiveram presentes, recebe um nome apenas para representá-lo e direcionar as ações necessárias para que a Fiel Cuidadora possa realizar sua Missão, como ela mesma qualifica, com a preocupação exclusiva de cuidar dos nossos Gatinhos.
 

Esses animaizinhos, além de sua contagiante fofura e uma personalidade ímpar, são para o nosso Condomínio verdadeiros soldados na inibição e combate aos roedores. Quem mora próximo ao Rio Alcântara, certamente já deve ter presenciado a ação deles afugentando inconvenientes ratos de grande porte.

Em sua tarefa por puro amor, única condição para alguém fazer o que ela faz, Claudia alimenta os felinos, acompanha seu estado de saúde e providencia recursos para que algum animalzinho seja levado à Clinica Veterinária para salvar suas vidas, vitimas de atropelamento, acidentes ou por pura maldade humana. Nesses casos sua tarefa se estenderá aos cuidados dos seus ferimentos e sua presença, não raras vezes, por exigência da medicação, se fará presente, até mesmo pelas madrugadas.

Na última enchente que nosso Condomínio sofreu, lembro-me ter testemunhado da janela uma cena marcante. O volume das águas atingira praticamente a altura do terceiro degrau da escada próximo ao Bloco B8. Com águas até os joelhos, desconsiderando os riscos de contaminação que elas trazem, lá estava ela com mais duas Defensoras dos Gatos, Myrna e Maria.

Com passos lentos e ouvidos atentos, tentavam localizar o sofrido miado que ecoava em tom triste de um filhote que separado da mãe não conseguira abrigo a tempo, sendo surpreendido pela fúria das águas. Infelizmente, todo esforço daquelas destemidas Voluntárias foi em vão e a tristeza se abateu sobre as incríveis Guerreiras, tornando o cenário ainda mais angustiante.
 

Mas como entender atitudes como estas?

O que move tamanha dedicação, esforço, tempo sem a necessária compensação financeira?

O que leva alguém condicionar seu tempo em função de uma causa, incompreensível para muitos e de sanidade questionável para outros?

Porque perder parte do seu sono e despertar pela madrugada para cumprir um compromisso não assumido com ninguém, de cunho estritamente pessoal para ministrar medicamentos exatamente no horário determinado pelo Veterinário a um ou mais gatos num período que deveria ser dedicado exclusivamente ao seu sono?
 

Para entender um pouco da força dessa dedicação é preciso primeiro fugir dos padrões de um mundo imediatista, consumista, de envolventes apelos comerciais e pessoais e nos deixar levar pelo menos por alguns momentos, pelos caminhos de um mundo paralelo, de puro sentimento e dedicação.

E quando retornarmos, se não conseguirmos trazer o aprendizado oferecido e se não conseguirmos espelhar esse Amor, por conta dos nossos compreensíveis limites, que possamos então buscar outra via dessa compreensão.

Uma que nos torne capaz de dar os devidos créditos ao esforço que essa Voluntária tem dedicado por escolha da grandeza do seu Amor, aos gatos do nosso Condomínio.
 

E se nada disso for possível, se ainda estivermos distantes de nos sensibilizarmos com atitudes como estas, então, deixemos que ela distribua seu Amor da forma que lhe convier.

NelRay
Administrador da Quinta Pata